ATENÇÃO:
Caro candidato, a seguir, você encontrará sete textos. O primeiro, uma xilografia, do artista Katsushika Hokusai; o segundo, uma charge de João Montanaro, jovem cartunista de 15 anos, publicada no jornal Folha de S.Paulo, que provocou grande repercussão, com opiniões favoráveis a ela e contra ela. O terceiro e o quarto, cartas de leitores sobre a charge de Montanaro. O quinto, um comentário crítico (texto adaptado) de Diogo Bercito, também publicado na Folha. O sexto, charge de Angeli, retirada do google, também impressa na Folha. O sétimo, publicação no site http://notapajos.globo. com/lernoticias.asp, sobre piadas desagradáveis relativamente ao tsunami vivido pelos japoneses.
Leia os textos de I a VII com atenção. As questões de número 01 a 13 referem-se a eles; consulte-os sempre que necessário.
TEXTO I
Xilogravura “A Grande Onda de Kanagawa”, de Katsushika Hokusai (1760-1849)
TEXTO II
Reprodução - Charge de João Montanaro, publicada na Folha de S.Paulo, 12/03/2011, um dia depois da tragédia que assolou o Japão.
01 Sobre as relações entre os textos I e II, NÃO é possível afirmar:
02 O movimento realizado pelo leitor no processo de (re)produção do diálogo entre a charge de Montanaro e a xilogravura de Hokusai se confirma, EXCETO
03 Quanto à produção dos textos I e II, só NÃO é possível afirmar
TEXTO III
Uma boa charge política não precisa de exegese, exatamente como uma boa piada dispensa explicação. Portanto as palavras do cartunista Laerte (painel do Leitor, 15/03) em defesa do colega João Montanaro, de 15 anos, só me convenceram de que a obra chocante talvez seja candidata a ser pendurada num museu qualquer ou numa galeria. Montanaro é menor de idade. Quem foi o maior de idade que o contratou para exercer uma função tão significativa no dia a dia de qualquer jornal que se preza e que respeita os seus leitores?
(Paula Mavienkosikar, São Carlos, SP, in Painel do Leitor , 18/03/2011)
04 Sobre a composição do texto III, é INCORRETO afirmar que
TEXTO IV
Fico impressionada com os comentários maldosos contra o cartunista João Montanaro. Ao ver a charge, não a li como uma sátira. Meus olhos apenas a receberam como uma realidade. Quem imaginaria que a xilogravura do artista Hokusai serviria de base para reforçar uma tragédia que ocorreu no Japão? Que me conste, estamos no ano 2011 e a liberdade de expressão é direito de qualquer ser humano. João Montanaro apenas retratou o que acontece hoje no mundo em que vivemos, e nós, habitantes deste planeta, somos os responsáveis pelas tragédias que ocorrem e ocorrerão.
(Maria Rita Marinho, gerente da Secretaria Geral de Fundação Bienal, São Paulo, SP)
05 Marque (V) para Verdadeiro ou (F) para Falso diante de cada afirmativa sobre o texto IV.
( ) O texto é carregado de elementos que desnudam o grau de estupefação de seu enunciador, como se vê pelo uso de “impressionada”.
( ) O autor se revela estrategicamente em intensa carga significativa, por exemplo por meio da repetição do vocábulo “tragédias”.
( ) O uso da metonímia presente em “meus olhos” promove a coesão com a frase anterior, onde está presente o verbo “ver”.
( ) A palavra ‘apenas’, no primeiro parágrafo, promove sentido diferente daquele presente no último – somente e unicamente, respectivamente.
Assinale a sequência CORRETA, de cima para baixo:
06 (Adaptada) Quanto à coesão entre as ideias do texto IV, é possível afirmar que
07 Assinale a alternativa em que a reconstrução de trechos da carta de Maria Rita Marinho, no texto IV, NÃO apresenta coesão adequada à produção de sentido.
TEXTO V
Cartunistas avaliam charge de João Montanaro, na Folha, que causou desconforto por retratar tsunami.
João Montanaro já tinha decidido qual seria o tema da charge de sábado quando acordou na sexta-feira. Então, viu na televisão imagens de prédios se desfazendo em meio ao mar que avançava. “Não dava para fazer um desenho sobre política!”, diz.
Ao decidir retratar o tsunami, Montanaro lembrou-se da xilogravura de Katsushika Hokusai. Foi uma das opções que ele enviou à Folha para aprovação e publicação.
“Fiquei surpreso com as críticas”, diz. “Acho que não entenderam a charge.”
Apesar da má recepção, inclusive na escola, o garoto diz estar seguro da escolha. “Fiz o certo, minha intenção não era fazer uma piada.”
O ilustrador Adão Iturrusgarai, que publica na Ilustrada, defende Montanaro.
“É um desenho superimparcial. É inocente como o ilustrador, que é um jovenzinho”, diz. “De mau gosto foi a tragédia em si.” E completa: “O humor funciona por conta dessa contraonda, desse mau humor e da burrice dos críticos”.
Para o artista Allan Sieber, que também publica na Ilustrada, Montanaro “fez o trabalho dele e a escolha da ilustração valeu a pena”.
O pesquisador Gonçalo Junior, autor do livro “A Guerra dos Gibis” (Companhia das Letras), afirma que quem perdeu o bom senso, no caso da charge, foram os leitores que se manifestaram contra.
“Vivemos na era da chatice e do politicamente correto. É uma reação paranoica, o desenho retrata as mesmas coisas que todos esses vídeos que estão no YouTube.”
Exagerada ou não, a recepção da charge de Montanaro foi semelhante à vista na Malásia nesta semana.
O desenho de Mohamad Zohri Sukimi, publicado no jornal “Berita Harian”, mostrava o herói japonês Ultraman fugindo de uma onda . Uma petição on-line rodou o mundo. O jornal se retratou.
“Apesar de o desenho de Montanaro não ter me incomodado, consigo entender por que alguns leitores se sentiram desconfortáveis”, diz Sidney Gusman, editor-chefe do site Universo HQ. “Fico imaginando como eu reagiria se tivesse perdido alguém nesse desastre.”
Outra razão apontada para a má recepção é o desconhecimento do desenho original.
“Quando vi o rascunho, perguntei a ele se as pessoas não iriam se chocar”, diz Mario Sergio Barbosa, pai de Montanaro. “Mas eu não conhecia a referência dele.”
Há também a possibilidade de o leitor não estar acostumado ao gênero da charge.
“As pessoas ligam a palavra “charge” a coisas alegres, mas a ideia é ser um convite ao pensamento”, diz o quadrinista Mauricio de Sousa.
O jornalista e professor de letras da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Paulo Ramos concorda.
“Quem está acostumado entende melhor desenhos como o de Montanaro. Outros veem as charges como necessariamente uma piada e, por isso, se incomodam.”
Spacca, 46, que fez parte do rodízio de ilustradores da página A2 entre 1986 e 1995, diz: “Os cartunistas constroem uma imagem de irreverentes, de livres criadores, que podem fazer qualquer coisa.... Mas todo comunicador tem de antecipar a reação do público e medir o que vai causar. Nem tudo é permitido”.
Para Jal, presidente da Associação dos Cartunistas do Brasil, “é nesses momentos de tragédia que temos de fazer críticas”.
DIOGO BERCITO, de São Paulo (texto adaptado), 17/03/2011
08 Observando os quatro textos em análise, SÓ se pode afirmar que
09 Assinale a alternativa, cujas alterações linguísticas mudam o efeito de sentido original:
10 Só NÃO se pode inferir do título “Contra a maré”
11 Assinale a alternativa que NÃO apresenta informação correta no que se refere à coesão textual que se verifica no trecho em destaque, parte do texto de Diogo Bercito.
“Fiquei surpreso com as críticas”, diz. “Acho que não entenderam a charge.” Apesar da má recepção, inclusive na escola, o garoto diz estar seguro da escolha. “Fiz o certo, minha intenção não era fazer uma piada.”
O ilustrador Adão Iturrusgarai, que publica na Ilustrada, defende Montanaro. “É um desenho superimparcial. É inocente como o ilustrador, que é um jovenzinho”, diz. “De mau gosto foi a tragédia em si.” E completa: “O humor funciona por conta dessa contraonda, desse mau humor e da burrice dos críticos”.
(...)
O desenho de Mohamad Zohri Sukimi, publicado no jornal “Berita Harian”, mostrava o herói japonês Ultraman fugindo de uma onda. Uma petição on-line rodou o mundo. O jornal se retratou.
12 Observe a charge abaixo, de Angeli.
TEXTO VI
Um dos comentários presentes no texto V referentes à charge de Montanaro pode ser também aplicado à charge acima, de Angeli. O profissional que faz esse comentário é:
13 Observe o trecho em destaque e assinale a alter nativa CORRETA.
(...) os autores de comentários considerados ofensivos são pessoas que já eram famosas. Um deles é Alec Sulkin, roteirista do seriado de comédia americano “Family Guy”. Ele pediu desculpas depois de fazer piada ligando o terremoto ao ataque japonês à base americana de Pearl Harbor, no Havaí, em 1941. Cerca de 2,5 mil pessoas morreram no ataque .“Se você quiser se sentir melhor sobre o terremoto no Japão, dê um Google em ‘número de mortos em Pearl Harbor”, escreveu no Twitter. Após críticas, ele apagou a mensagem e se justificou. “O número de mortos ontem era de 200, hoje é de 10.000. Me desculpe pelo tweet insensível. Foi apagado”, escreveu.
http://notapajos.globo.com/lernoticias.asp
Caro candidato, leia com atenção a peça publicitária em destaque e responda às questões 14 e 15 a ela referentes.
http://www.multisolution.art.br/2011/noticias/ver/noticia/ grupo-petropolis-presta-homenagem-no-dia-mundial-da-agua/ id/684/language/pt_BR, 03/04/2011, 19h52min
(*) Trecho ampliado: O Grupo Petrópolis tem um compromisso com o meio ambiente e, por isso, pratica programas visando à conservação de toda a água utilizada em seus processos produtivos. Além disso, conta com o Projeto AMA, uma iniciativa que, através do plantio de 1,1 milhão de mudas de árvores nativas, protege grandes áreas de mata atlântica e do cerrado, preserva 36 bilhões de litros de água por ano e atua na remoção de mais de 85 mil toneladas de CO2 da atmosfera. Afinal, para nós, dia de preservar a água é todo dia.
14 A expressão ‘como o Grupo Petrópolis’, presente na frase em destaque da peça publicitária, vem entre vírgulas. Essa pontuação
15 Sobre os numerais presentes no trecho, que vem abaixo da frase destaque (ver o trecho em letra ampliada logo abaixo da peça publicitária), é possível afirmar que têm a função de:
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